Entenda os Sinais e Sintomas da Psoríase
A psoríase é uma condição dermatológica que afeta aproximadamente 2% da população global, sendo mais prevalente entre indivíduos de pele clara e com histórico familiar da doença. Esta enfermidade surge devido a uma disfunção do sistema imunológico, onde as células da pele são erroneamente atacadas, resultando em inflamação e aceleração do ciclo de renovação celular. Normalmente, as células da pele levam cerca de 28 dias para se renovarem completamente; no entanto, na psoríase, esse processo pode ocorrer em apenas 4 dias, levando ao acúmulo de células mortas na superfície da pele.
Sintomas Comuns da Psoríase
A psoríase pode manifestar-se de diversas formas e em diferentes áreas do corpo, apresentando sintomas característicos, tais como:
- Placas Vermelhas e Escamosas: Conhecidas como placas psoriásicas, essas lesões podem variar em tamanho, desde pequenas áreas até extensas coberturas na pele. Elas frequentemente surgem em locais como cotovelos, joelhos, couro cabeludo, região lombar e tronco, podendo aparecer em qualquer parte do corpo. As escamas que recobrem as placas são de cor branca ou prateada, destacando-se facilmente da pele. Estas placas podem causar desconforto, coceira, queimação, dor e sensibilidade.
- Pele Seca e Rachada: A pele afetada pela psoríase tende a ser mais seca e menos elástica, podendo desenvolver fissuras que, por vezes, podem até sangrar. Essas condições aumentam o risco de infecções bacterianas ou fúngicas na pele.
- Alterações nas Unhas: As unhas das mãos e dos pés podem ser afetadas pela psoríase, apresentando alterações como espessamento, deformidades, manchas amareladas ou esbranquiçadas. Podem surgir depressões, sulcos ou descolamento da unha, frequentemente acompanhadas de dor e dificuldade no manuseio de objetos ou no calçar de sapatos.
- Artrite Psoriásica: Esta forma de artrite inflamatória pode ocorrer em até 30% dos pacientes com psoríase, causando dor, inchaço, rigidez e limitação de movimentos nas articulações afetadas. As articulações mais comumente envolvidas são as dos dedos das mãos e dos pés, mas outras articulações como joelhos, tornozelos, pulsos, cotovelos, ombros, coluna e quadril também podem ser afetadas, podendo levar a deformidades e comprometimento da função articular.
Fatores Desencadeantes e Agravantes da Psoríase
Vários fatores podem desencadear ou agravar os sintomas da psoríase, incluindo:
- Estresse Físico ou Emocional: Situações como ansiedade, depressão, estresse, traumas emocionais ou pressão podem influenciar negativamente o sistema imunológico, desencadeando ou exacerbando as lesões psoriásicas.
- Infecções: Infecções bacterianas ou virais, como amigdalite, faringite ou bronquite, podem estimular o sistema imunológico e desencadear episódios de psoríase. Um exemplo específico é a psoríase gutata, que muitas vezes aparece após uma infecção por estreptococos, caracterizada por pequenas manchas em forma de gota na pele.
- Medicamentos: Alguns medicamentos podem interferir no sistema imunológico ou na renovação celular da pele, contribuindo para o surgimento ou agravamento da psoríase. Exemplos incluem lítio, betabloqueadores, anti-inflamatórios não esteroides, antimaláricos, inibidores da enzima conversora de angiotensina e interferon.
- Traumas na Pele: Lesões cutâneas como cortes, arranhões, queimaduras, picadas de insetos ou vacinas podem desencadear a psoríase em áreas afetadas. Este fenômeno, conhecido como fenômeno de Koebner, pode ocorrer em até metade dos pacientes com psoríase.
- Estilo de Vida: O consumo excessivo de álcool e o tabagismo são fatores de risco conhecidos que podem piorar os sintomas da psoríase, além de aumentar o risco de complicações cardiovasculares e respiratórias.
- Obesidade: A obesidade está associada à inflamação crônica no organismo, o que pode desencadear ou agravar a psoríase, além de dificultar o tratamento e aumentar o risco de complicações metabólicas e cardiovasculares.
Diagnóstico e Tratamento da Psoríase
O diagnóstico da psoríase é baseado na avaliação clínica das lesões cutâneas, podendo ser complementado por exames laboratoriais como hemograma, provas de atividade inflamatória, função hepática e renal, além de biópsia da pele em casos específicos. Para a artrite psoriásica, o diagnóstico é feito através da avaliação das articulações, apoiado por exames de imagem e análises laboratoriais adicionais.
O tratamento da psoríase visa controlar os sintomas, reduzir a inflamação, normalizar o ciclo de renovação celular e prevenir complicações. As opções terapêuticas variam conforme a gravidade, tipo e localização das lesões, e podem incluir:
- Tratamentos Tópicos: Medicamentos aplicados diretamente sobre as lesões, como corticosteroides, derivados de vitamina D, ácido salicílico, alcatrão e calcineurina.
- Fototerapia: Exposição controlada à luz ultravioleta do tipo A (UVA) ou do tipo B (UVB), realizada em consultório médico especializado para reduzir a inflamação e a proliferação celular.
- Tratamentos Sistêmicos: Medicamentos administrados oralmente ou por via injetável, como metotrexato, ciclosporina, acitretina e biológicos, indicados para casos moderados a graves ou quando há comprometimento das articulações ou órgãos internos.
- Tratamentos Complementares: Medidas adicionais como hidratação da pele, cuidados com as unhas, proteção solar, alimentação saudável, prática de exercícios físicos, cessação do tabagismo e apoio psicológico são importantes para melhorar a qualidade de vida e auxiliar no controle da doença.
Descobrindo Caminhos para o Controle da Psoríase
Embora a psoríase não tenha cura definitiva, um tratamento adequado pode significativamente reduzir os sintomas, melhorar a aparência da pele, prevenir complicações e promover uma melhor qualidade de vida para os pacientes. É essencial buscar acompanhamento médico especializado para a orientação sobre as melhores opções terapêuticas e o manejo adequado da doença ao longo do tempo.
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